quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Sem tempo....

Alguém me despertou hoje. Foi o Geraldo Lima, um novo amigo blogueiro que comentou no meu blog. Então percebi novamente que o abandonei. Não o amigo; o blog.

Sim, a cabeça anda a mil, com muitas idéias, mas o tempo não ajuda. Acredito que não é só comigo. As pessoas correm cada vez mais e consequentemente vivem cada vez menos. Não estou me referindo aos anos de vida, afinal a perspectiva de média de vida do brasileiro é de 71 anos; segundo o IBGE. Refiro-me à qualidade de vida, estou falando de tempo de curtir a família, tempo de sentir a natureza e tantas coisinhas mais.
Alguém analisou desta forma o caso que ocorreu na semana passada? A mãe que esqueceu seu bebê no carro e foi trabalhar. Trabalhou oito horas exigidas pela empresa e a criança cozinhando dentro do carro. Eu não acredito que foi maldade desta mãe, pelo contrário; ter filhos hoje em dia significa ter muitos gastos. As crianças são encaminhadas às escolinhas muito cedo, as mães não podem mais ficar em casa cuidando das crianças, o que o pai ganha não é mais suficiente para isto. Quando chega o período de colocá-los na escola, ninguém deseja ver os filhos em escola pública. Mais um gasto: escolas particulares. E quando os filhos chegam ao final do nível secundário a maioria dos pais acham fundamental mandá-los para outro país fazer um intercâmbio, afinal todas as “boas” famílias fazem o mesmo.

Mas será mesmo que tem que ser assim? Lembro, quando eu era pequena (por sinal há muito tempo), que dávamos valor a coisas mais simples. Por exemplo, o natal: o que importava mesmo não era a mesa farta e sim os parentes que se reuniam em volta da mesma. Fui criada numa família matriarcal, tudo girava em torno da minha avó. Minha mãe e minha avó, que morava conosco, montavam no quintal uma grande mesa feita de portas velhas apoiadas em cavaletes. Não tinha lugar para todos então as crianças recebiam os pratinhos prontos pelos adultos e sentavam no chão, mas era muito divertido.

E a comida? Uma bela macarronada da nona e uns frangos assados, que eram criados no quintal mesmo. Aliás, minha avó era impiedosa na hora de matá-los, eu odiava ver aquilo mas, adorava comer as coxinhas, quando tinha sorte, comia duas.

Era tudo muito simples, mas éramos felizes. Não tínhamos internet, celular, smart fone... Nem fax existia ainda. Telefone era coisa de gente rica.

As pessoas trabalhavam muito sim, mas o suficiente para ter uma família feliz e, naquela época, não lembro de ter ouvido os adultos comentarem de alguém que esqueceu filho ou o perdeu para as drogas; no máximo, histórias de um bêbado chato na vizinhança.

2 comentários:

Marjorie Rigio disse...

"No meu tempo" eu também valorizava o simples, aliás, ainda valorizo. O mundo é que virou de ponta cabeça. =/

Profª. Márcia disse...

também me lembro dos primeiros natais, tive uma infancia muito sadia, nem ligava muito por presentes, sempre os que davam para usar por todos... mas o importante sempre foi a familia reunida, até hj tenho esse sentimento... natal é familia!
Amo!
otimo post prof! me trouxe boas recordações...